Foto de Marri Nogueira/Agência Senado | Attribution 2.0 Generic (CC BY 2.0)

As eleições são momento de grande exposição de candidatas e candidatos, bem como das pessoas que estão participando das campanhas e, com esta exposição, vem também muitos riscos. Além disso, a violência política tem aumentado no Brasil, como mostrou o estudo realizado pela Terra de Direitos e a Justiça Global: estão subindo os números de assassinatos, atentados, agressões, ofensas e invasões.

Assim, é importante que as campanhas políticas tomem precauções para diminuir os riscos a que estão expostas e as chances de que algum ataque ocorra – ou, ao menos, diminuam as chances de sucesso de um eventual ataque.

Análise de riscos

É importante que se faça uma análise de riscos, levantando o que cada campanha possui, com quem dialoga e quais ameaças pode enfrentar. Afinal, as diferentes conjunturas, cidades, pautas, portes, eleitores e adversários de cada candidata e candidato resultam em riscos completamente diferentes, que exigem medidas e protocolos bastante diversos, quando não incompatíveis – nem tudo que serve para uma campanha servirá para outras.

Legislação e finanças

Algumas coisas, no entanto, são comuns para todas as campanhas. Um exemplo é a atenção à legislação e normas, especialmente as relativas ao financiamento e prestação de contas – afinal, o descumprimento das regras traz grandes riscos e pode resultar em multas, processos, impossibilidade de assumir o cargo e mesmo prisão. Assim, é importante não só respeitar as normativas como ter profissionais responsáveis – e atualizados em relação as novas normas – para o trabalho jurídico e contábil em toda campanha.

Uma campanha em tempos de pandemia

Outra coisa comum nas eleições de 2020 são os cuidados com a pandemia do novo coronavírus: é preciso evitar – e não causar – aglomerações, evitar circulação desnecessária e cumprir protocolos sanitários, como lavar as mãos frequentemente, utilizar máscaras e álcool em gel.

Atenção para as diferenças

Como as campanhas são muito diferentes e estão expostas a riscos muito distintos, não há uma receita pronta que sirva para todas e as recomendações abaixo não necessariamente se aplicam a seu caso. A Istari pode auxiliar a adequar as medidas tomadas para sua realidade.

Cuidados de candidatas/os e apoiadores/as

É bastante recomendável que se evite andar sozinho, principalmente no caso de candidatas/os, de pessoas que estão com material identificado da campanha eleitoral, como adesivos e bandeiras, e na chegada ou saída de eventos. É importante também fazer um esforço para deslocar-se em conjunto, pensar nos trajetos e evitar a repetição de rotinas.

Cuidados com atividades públicas

É bom evitar divulgar com antecedência as atividades que não necessitam de chamados ou convites públicos – como visitas a apoiadores e panfletagens curtas, por exemplo. É também recomendável manter-se sempre em local de grande visibilidade e com mais de uma rota de saída. Na maioria dos casos de provocações ou ofensas, o ideal é distensionar e evitar o confronto, buscando também fazer registro em foto ou vídeo de eventuais agressores. Na chegada e na saída, vale a pena se deslocar em grupo.

Cuidado com atividades online

Os acessos para sites e redes sociais devem ser bem controlado – quem não precisa ter acesso não deve ter acesso – e todos os administradores devem usar senhas fortes e verificação em duas etapas (preferencialmente por aplicativo). É recomendável que os dispositivos (celulares, computadores, etc) utilizados na campanha sejam criptografados e, claro, também usem senhas fortes.

Para realização de lives, é importante que os participantes, debatedores e entrevistados estejam em uma sala isolada do público e que a transmissão seja feita desta sala – assim, quem vai assistir não pode interferir diretamente na transmissão. É válido também manter uma moderação ativa nos comentários, desabilitando eventuais ofensas ou mesmo retirando da sala as pessoas que estão atrapalhando o bom andamento.

Cuidado com materiais

No caso de materiais de campanha que ficam exibidos, como bandeiras, cartazes e adesivos em carros, é preciso equilibrar as necessidades de proteção com as de exibição: afinal, se os materiais não forem vistos, eles perdem seu sentido. No entanto, deve-se ter atenção para deixá-los em locais seguros, iluminados e com grande circulação de pessoas, diminuindo as chances de vandalismo nos materiais ou no local onde estão – como carros, que podem ser danificados por eventuais adversários.

Conclusões

Não há uma fórmula mágica que garanta a segurança total, mas é importante considerar a proteção das pessoas, materiais e da própria campanha, analisando os riscos existentes e preparando-se de acordo com eles. A Istari pode auxiliar neste processo, seja na análise, planejamento, treinamento ou implantação de protocolos para a segurança.

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